SAÚDE MENTAL A BORDO E O PAPEL DA PSICANÁLISE
Discutir sobre a saúde mental no ambiente de trabalho, especialmente em jornadas de 8 horas diárias, é desafiador devido ao tabu que ainda a envolve. No contexto marítimo, os desafios são amplificados pelas condições insalubres, como o isolamento social e a privatização do sono, decorrente do excesso de trabalho a bordo.
Um estudo divulgado pela Universidade de Yale/ EUA, revelou que 25% dos trabalhadores marítimos sofrem de depressão, 17% têm transtornos de ansiedade e 20% apresentam tendência ao suicídio. Esses números destacam a necessidade urgente de atenção a essa classe, começando pela identificação precoce de sintomas de depressão, ansiedade, estresse, esgotamento profissional e síndrome do pânico, além da determinação se o trabalho foi o que agravou o estado de saúde ou se foi a causa.
A identificação precoce é crucial, pois muitas vezes os marítimos negligenciam sua saúde mental, colocando em risco não só seu próprio bem-estar, mas também a segurança das pessoas a bordo. Além disso, o tratamento precoce pode evitar situações extremas, como a aposentadoria por invalidez, permitindo que os trabalhadores se afastem temporariamente para cuidar de sua saíde mental e retornem ao trabalho com uma mente saudável.
A psicanálise desempenha um papel fundamental nesse cenário, ajudando os marítimos a entender e a lidar com seus problemas emocionais, tanto adquiridos a bordo quanto os anteriores já existentes. Por meio da orientação de um psicanalista especializado, os trabalhadores podem explorar suas adversidades no navio e desenvolver estratégias para lidar com o estresse, traumas e medos, possibilitando uma compreensão mais profunda de si mesmos e de suas capacidades emocionais.