Mulheres a Bordo!

Competência independe de Gênero

Submissas às tarefas domésticas? Não mais! Elas saíram dos espaços singulares dos lares para potencializar o mundo em diversas áreas, e não poderiam ser diferentes nas embarcações.

 

Dia 08 de março foi marcado pela comemoração do dia internacional da mulher, como se sabe, esse período da história remete à luta pela igualdade nas indústrias, no âmbito profissional. Porém, não podemos nos delimitar em uma data, pois a mulher tem mostrado que a sua delicadeza, vaidade e fragilidade estão longe de ser seus únicos pontos fortes. Batalhadoras, esforçadas, prestativas…elas mostram que devem ser respeitadas e tratadas como indivíduos, diluindo os traços da história que delimitam características para os sexos.

[cml_media_alt id='18051']No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve.[/cml_media_alt]

No dia 8 de março de 1857, em um dos protestos, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve.

Acredita-se que as primeiras mulheres a embarcar foram ainda nos primórdios da história, antes mesmo das grandes navegações, pois, pesquisando, descobrimos que muitas embarcavam, especialmente, com os vikings, tanto que encontram-se piratas femininas, as quais derrubaram a ideia de que os marítimos deveriam ser apenas homens.

[cml_media_alt id='18045']Anne Bonny, pirata irlandesa.[/cml_media_alt]

Anne Bonny, pirata irlandesa.

Assim, os marrentos (estereótipo típico de caras marrudos que não sofreriam com a saudade de casa), provavelmente, não se sentiam muito à vontade, ao embarcar silhuetas distintas, muitos deles acreditavam que mulher a bordo era sinônimo de azar. No entanto, elas não se prendiam nesse preconceito, algumas abandonavam a corte (como uma princesa norueguesa chamada Sela) para embarcar, já outras corajosas se ‘infiltravam’ na tripulação camufladas de homens… isso não é algo tão absurdo, até porque se tem algo peculiar, próprio da característica feminina, é ser curiosa e destemida quando tem um objetivo, elas sabem onde querem chegar e chegam!

[cml_media_alt id='18047']Marinheiros Antigos[/cml_media_alt]

Marinheiros.

Penso também na saudade que os marítimos sentiam quando estavam a bordo, pois, com os poucos recursos tecnológicos para encurtar distâncias, enfrentavam as situações de trabalho longe das mulheres especiais de suas vidas. Na bagagem, lembranças do afeto de suas amadas, da palavra rigorosa e carinhosa da mãe, do sabor e tempero feminino, da organização… dentre outras comodidades encontradas em terra firme.

Engraçado acreditar que as características femininas e masculinas, apesar de aparentemente tão distintas, podem ser similares, pois acreditem…os homens conseguiam também fazer “tuuuudoooo” a bordo – faxina, alimentação, organização – tudo era realizado pelos grandões. Ah! Eles também sentiam a tal da saudade, sofriam com a distância da família e até choravam querendo voltar…

Conclusão: Homens e Mulheres podem sim desempenhar o mesmo papel, afinal, competência independe do gênero, exige dedicação, coragem, determinação, empenho, foco, seja na terra, no ar e no mar!

[cml_media_alt id='18048']Propaganda de guerra dos Estados Unidos criado por J. Howard Miller em 1943 para a fábrica Westinghouse Electric Corporation como uma imagem inspiradora para levantar o moral dos trabalhadores.[/cml_media_alt]

Propaganda de guerra dos Estados Unidos criado por J. Howard Miller em 1943 .

Hoje, as mulheres, longe de ser sexo frágil, cumprem com muito profissionalismo, sem perder a sensibilidade, além de tarefas do lar, pois conseguem exercer seu labor com garra, organização, criatividade, determinação, competência e  destacar-se por onde passam, comprovando que não existem limites para o potencial humano.

É inquestionável que as mulheres possuem diversas qualidades e são capazes de assumir muitos papéis no mundo. Elas sabem liderar, trabalhar com times multifuncionais, gerir por processos e promover a liderança colaborativa, ao invés da individual. Têm controle emocional e firmeza nas decisões… autonomia e organização…são mães presentes e amorosas… possuem alma, não só silhueta!

Em 1998, elas conseguiram  abrir as portas e ingressar na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, mostravam ali, mais uma vez, do que eram capazes. O contingente feminino foi crescendo, atualmente, no CIABA, o terceiro ano é formado por 32 mulheres, o segundo ano, por 24 mulheres e o  primeiro ano do CIABA possui 48 mulheres. Nas embarcações, elas destacam-se, chegaram ao comando de passadiço e da praça de máquinas, desempenham diversas funções a bordo com bastante competência.

[cml_media_alt id='18055']Primeira turma feminina - 1998[/cml_media_alt]

Primeira turma feminina – 1998

[cml_media_alt id='18056']Feminino 1998[/cml_media_alt]

Feminino 1998

Mulheres Mercantes, nós somos especiais. Enfrentamos os pensamentos retrógrados para ir além do horizonte, em busca dos nossos ideais… Os oceanos agradecem a competência que embeleza e faz bem as suas águas. Nosso Bravo zulu e nosso orgulho de fazer parte dessa profissão, que bons ventos nos conduzam nos mares da vida e nos oceanos de possibilidades!

[cml_media_alt id='18067']Feminino do terceiro  ano- 2015[/cml_media_alt]

Feminino do terceiro ano- 2015

Equipe da postagem:

Al. Larissa Moura – Texto

Imediata Al. Gabriela – Revisão ortográfica

Al Larissa Moura

Aluna do 3° ano do curso de náutica. Vice- Diretora do Jornal Canal 16.

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