Diário do PON Freire

1 – Fale um pouco de como foi a experiência de sua praticagem de maneira geral.

 

Meu nome é Fernando Freire de Paiva, me formei em 2018 na Escola com a turma Odysseus.

Terminei a praticagem pela Solstad Offshore em Maio de 2020, passando por AHTS e PSV. A escala combinada com a empresa seria de 3×1, mas acabei dobrando para terminar logo. Meu primeiro dia de embarque acabou sendo extremamente corrido, após eu e os praticantes selecionados assinarmos o contrato, o embarcador esqueceu que meu navio já estava para sair do Porto do RJ e eu tive que correr de capacete e mala na rua até o Museu do Amanhã para pegar uma lancha que me levasse ao Navio, que acabou atrasando em alguns minutos a saída do Porto me esperando. Assim que embarquei, fui direto ao passadiço acompanhar a desatracação e meu primeiro contato com a tripulação foi excelente!

 

Toda a tripulação era disposta a ensinar e aprender junto comigo. Fiz o primeiro embarque de 3 meses e, durante todo esse tempo, conheci as duas tripulações, aprendi o básico do gerenciamento de cada função e tive a oportunidade de ver de perto inúmeras manobras e operações de AHTS. Durante o primeiro desembarque, realizei o curso de DP básico. Fiz mais 6 meses no mesmo AHTS, onde eu consegui me aprofundar melhor nas funções, principalmente na função do Piloto. Tive a experiência de quase 4 meses em um PSV da empresa, depois de sair do AHTS, nele eu consegui absorver muito da dinamicidade e velocidade das operações de Supply que nós realizávamos.

 

A rotina de um praticante, ao meu ver, depende muito do comportamento de cada um, quanto mais puxar responsabilidade, mais vai ter. Então eu sempre procurei fazer boa parte do trabalho do Piloto e um pouco do Imediato. Tirei vários tipos de quarto de serviço, tanto de 12h (diário) como o quarto de 6 por 6. A minha rotina era cuidar de toda a papelada, junto com o Piloto, para preparar o navio para operação com os manifestos, conferência de carga, comunicação com a empresa e as embarcações que íamos operar, além de cuidar da navegação como Oficial de serviço. No AHTS durante as operações com cabos, tive a oportunidade de operar os guinchos pagando e colhendo, tensionamento e etc. Tirando a parte burocrática e operacional, tive muito contato com o convés, aprendendo sobre o uso de tintas, tratamento e manutenção de convés e maquinários. Além disso, a parte de relação interpessoal é muito importante.

 

2 – Conte-nos sobre a empresa e o(s) tipo(s) navio que embarcou. Deu para desembarcar em algum porto?

 

Fiz toda a minha praticagem na Solstad Offshore, embarquei em 2 navios da empresa: o AHTS BOS Turmalina, onde passei quase 9 meses operando na Bacia de Santos e o PSV Sea Brasil, que fiz o restante do estágio operando na Bacia de Campos.

 

A empresa realizou a chamada de 9 praticantes, mas acabou selecionando somente 2 após a entrevista. O processo seletivo foi em duas fases: entrevista e Exame admissional. Procurei aprender muito sobre a história da empresa e os barcos em operação no Brasil, além de treinar entrevista em inglês também. Eles não exigiram cursos extras para o contrato, pelo contrário, eles me pagaram os cursos de NR durante o embarque.

O regime de embarque para Piloto na empresa é de 28×28 e ela paga dobra para todos.

 

3 – Precisou utilizar língua estrangeira? Quais foram as maiores dificuldades encontradas? E que atividade mais se identificou?

 

Eu não tinha um inglês ruim durante a escola, mas tive a oportunidade de melhorar muito durante a Praticagem, embarquei somente com brasileiros, mas toda a operação era feita com estrangeiros, então a comunicação era sempre em inglês. Além disso, a língua “oficial” da empresa é o inglês também, então os e-mails e sistema de gerenciamento era sempre em inglês. Tive um pouco de dificuldade no início durante as comunicações, mas após observar as operações sendo feitas, acabei aprendendo.

 

4 – Aos alunos da EFOMM, quais dicas você daria e quais matérias foram mais importantes no seu curso para a praticagem?

 

É um pouco difícil definir uma matéria certa que todos deveriam estudar, mas sempre que me perguntam sobre isso, eu tento explicar que tudo você vai aprender a bordo, até o que você pensa que sabe, na prática é outra coisa. O mais importante é ter vontade e proatividade durante o estágio e um pouco de Word e Excel (risos).

 

5 – Qual sua expectativa em relação a profissão e aos futuros embarques?

 

Procurei me formar rápido, fiz um embarque de 3 meses e mais dois de 5 meses, mas acabei me formando durante uma crise de saúde mundial, dentro de uma crise política e econômica (risos). Fora isso, eu me sinto bem preparado e com vontade de trabalhar! Vou continuar tentando e aguardando o chamado de alguma empresa, quem sabe a que eu estagiei.

 

Jornal Canal 16 – Navegando com você!

 

TEXTO – Al. Maria Elena

REVISÃO – Al. Matias

 

 

Al. Maria Elena

Aluna do 3º ano de Náutica, pernambucana, apaixonada pela imensidão do mar. Vice presidente do JC 16, se esforçando para fazer o bom uso das palavras. De um jeito amador, se diverte sendo atleta de futsal do CIABA. Integrante da equipe financeira da Sociedade Acadêmica Vikings. Inspira e respira sonhos diariamente, carregando a fé e o sorriso por todo lugar.

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