Diário do POM Marcelo Lucchetti

1 – Fale um pouco de como foi a experiência de sua praticagem de maneira geral.

Bom dia/tarde/noite corpo de alunos. Sou Marcelo Miranda Lucchetti, praticante de máquinas, formado em 2018. Atualmente estou no início do meu 11° mês de praticagem. Meu primeiro dia a bordo foi bem corrido, até mesmo porque embarquei logo após a admissão na empresa, fazendo com que eu chegasse no barco apenas na parte da tarde; por isso, basicamente só deu tempo de deixar as coisas no camarote, colocar o macacão e fazer a familiarização no barco. O regime de embarque para praticante na empresa é de 3×1 (84×28) mas com possibilidade de dobrar. Com isso, eu passei basicamente 7 meses e meio embarcado direto, tendo descido apenas 11 dias nesse meio tempo para trocar de embarcação (7 dias para ir da minha primeira para a segunda embarcação e 4 dias para ir da segunda para a terceira embarcação). Após esses 7 meses e meio, peguei meus 28 dias de folga e embarquei novamente, já com o planejamento de finalizar a praticagem nesse embarque (descendo apenas 10 dias para troca de embarcação). Meu primeiro contato com a tripulação foi muito tranquilo, uma vez que todos me acolheram muito bem e em pouco tempo já me enturmei com toda a tripulação, seja em quaisquer um dos 4 barcos que eu passei. Como dizem: “cada tripulação, uma marinha diferente”, e isso acaba afetando diretamente no horário de serviço e consequentemente na rotina. Mas geralmente, a rotina do praticante de máquinas é fazer a ronda geral na máquina (conferir se todos os equipamentos estão funcionando bem, conferir níveis de óleo, pressão, temperatura, fazer drenagem de alguns sistemas, por aí vai) assim que assume o serviço. Após a ronda, são realizadas melhorias ou manutenções, sejam elas preventivas, preditivas ou corretivas. Durante minha praticagem, consegui aprender um pouco de cada função, marinheiro de máquinas (limpeza, pintura, …), eletricista (analisar esquema elétrico, passar cabo, …), 2OM (condução), subchefe (manutenção) e chefe (um pouco de papelada).

 

2 – Conte-nos sobre a empresa e o(s) tipo(s) navio que embarcou. Deu para desembarcar em algum porto?

 

A empresa que estou praticando é a Solstad Offshore, uma empresa norueguesa. O processo seletivo foi feito primeiramente uma seleção de currículo, e posteriormente uma entrevista (no meu caso, consegui realizá-la através do Skype pois eu estava viajando.). Na entrevista foram feitas aquelas perguntas básicas de qualquer entrevista (“Porque EFOMM?”, “Porque máquinas?”, “Se arrependeu de escolher máquinas?”, “Como considera o nível de inglês?”, …). O regime de embarque na empresa é de 28×28. Durante a minha praticagem, como falei anteriormente, passei por 4 navios (2 PSV e 2 AHTS). Nos 3 primeiros barcos que passei eu consegui ir em terra algumas vezes, seja em Niterói -RJ ou em Vitória -ES.

Rotas:

  • 1° barco (PSV): Porto de Vitória – Bacia do Espirito Santo – Bacia de Campos – Porto do Açu – Porto de Vitória;
  • 2° barco (AHTS): Porto de Macaé – Bacia de Campos – Porto de Macaé (as vezes ia para a Baia de Guanabara);
  • 3° barco (AHTS): Porto da Niterói – Bacia de Santos – Porto de Niterói;
  • 4° barco (PSV): Porto do Açu – Bacia de Campos – Porto do Açu.

As atividades de lazer/esporte a bordo das embarcações que passei são basicamente TV, videogame, alguns jogos de carteado e academia (tanto a parte de malhação, como de aeróbico, e até saco de pancada em alguns barcos). Em todos os barcos que passei tem wi-fi.

 

3 – Precisou utilizar língua estrangeira? Quais foram as maiores dificuldades encontradas? E que atividade mais se identificou?

Durante a minha praticagem foi preciso utilizar o inglês (seja técnico ou o diário) para leitura de manuais e realizar a tradução de alguns documentos de bordo. Em alguns barcos da empresa tem estrangeiro, então há a possibilidade de precisar se comunicar em inglês em alguns casos.

A maior dificuldade que eu tive a bordo foi quando eu mudei de embarcação pela primeira vez, pois a primeira embarcação (PSV) que passei era bastante diferente da segunda (AHTS), sejam os motores, modo de propulsão, funcionamento de alguns equipamentos e até mais equipamentos que eu nunca tinha visto.  Então, um conselho que eu dou a todos, é tentar pegar o máximo de embarcações diferentes durante a praticagem, para sempre adquirir mais conhecimento e não ficar apenas no comodismo.

A parte que mais me identifiquei foi a manutenção. Quando ocorre de ter que desmontar o equipamento, é um aprendizado sem igual.

 

4 – Aos alunos da EFOMM, quais dicas você daria e quais matérias foram mais importantes no seu curso para a praticagem?

 

Por mais difícil que seja, por causa da rotina apertada e pesada, deem o gás para aprender o máximo na escola. Todas as matérias são importantíssimas, mas se eu pudesse selecionar algumas para vocês se esforçarem mais, seria Solda, Fabricação Mecânica, Elétrica/Eletrônica/Automação, MCI, Refrigeração e Máquinas Auxiliares. Outra matéria importantíssima a bordo, mas que ninguém acredita, é Relações Interpessoais.

 

5 – Qual sua expectativa em relação a profissão e aos futuros embarques?

Eu me adaptei muito bem a vida de bordo e a profissão, então eu pretendo seguir na profissão. Como já estou no final da minha praticagem, é aproveitar pra aprender o máximo até o final. E pretendo após o término da praticagem, ser efetivado.

 

Jornal Canal 16, navegando com você!

 

TEXTO – Al. Matias

REVISÃO – Al. Portela

REVISÃO – Al. Agatha

 

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