Diário da PON Anny Thorp

1 – Fale um pouco de como foi a experiência de sua praticagem de maneira geral:

Olá, eu me chamo Anny Thorp, me formei em 2018 no curso de Ciências Náuticas pelo CIABA com especialização em Náutica. O meu primeiro embarque aconteceu em um navio da Marinha de Guerra e foi uma experiência bem agregadora em que pude conhecer um outro lado da Marinha, participar de exercícios e de inspeções em embarcações pesqueiras.  Meu segundo embarque ocorreu em um navio mercante, no qual conheci de fato a rotina do Oficial de Náutica. Aprendi à bordo que o que torna o navio ser bom  é a sua tripulação, pois graças as tripulações que cruzei, tive ótimos embarques, com todos sempre muito dispostos a me ajudar, familiarizar e ensinar.

O primeiro dia a bordo realmente é assustador, um navio imenso e com pessoas que você não conhece, – mas calma, você está ali para aprender e todos são pessoas normais e profissionais, então, não precisa se desesperar. A cada período eu acompanhava um oficial e ia aprendendo as suas fainas, dessa forma, aprendi sobre a segurança e salvatagem, as forma de operar o navio, como funciona o gerenciamento de bordo,  as atividades do convéns e também participei dos exercícios de treinamento, das inspeções, das manobras de amarrações e fundeio.

Todo dia, durante toda a praticagem, você aprende algo novo, desde o conhecimento propriamente dito, como também sobre como lidar com suas emoções em um ambiente novo que passa a ser sua nova casa.

PON Anny Thorp.

2 – Conte-nos sobre a empresa e o(s) tipo(s) navio que embarcou. Foi possível  desembarcar em algum porto?
Embarquei em um Navio Tanque que transportava Produtos Claros, derivados do petróleo como gasolina, nafta, diesel, da Empresa Transpetro. O processo seletivo foi de acordo com a classificação do ano de formatura. No momento a empresa está contratando apenas os aprovados no último concurso realizado e o regime de embarque é de 1×1. O navio não possuí uma rota fixa, então sempre era uma novidade quando saía a programação do navio, e assim, conheci cerca de 11 portos da Costa Brasileira. Essa rotatividade foi importante para o meu aprendizado pois pude participar de diferentes tipos de amarrações e navegações e quando chegava nos portos, caso você não esteja de serviço no horário e com a autorização do Imediato, você pode ir pra terra. O lazer a bordo fica a critério da própria tripulação.

 3 – Precisou utilizar língua estrangeira? Quais foram as maiores dificuldades encontradas? E que atividade mais se identificou?

 

A bordo, o inglês é muito importante visto que a maioria das publicações são em inglês. Além disso, é importante para a comunicação com outras embarcações, pois é imprescindível que a intenção de manobra fique clara e sem erros de comunicação.

Uma das maiores dificuldades a bordo realmente é a distância da família e dos amigos, mas que as vezes é amenizada com o uso da internet. Relacionar-se com pessoas de diferentes locais do Brasil, cada um com sua particularidade também é desafiador, mas respeitando a todos, entendendo suas diferenças e buscando o bem estar de todos, torna o dia a dia mais fácil.

No geral, eu gostei de tudo a bordo, desde as manobras, como a navegação e as rotinas de inspeções. Apesar de ser uma rotina bem cansativa, aprender uma coisa que se gosta e que te faz feliz, é muito legal.

4 – Aos alunos da EFOMM, quais dicas você daria e quais matérias foram mais importantes no seu curso para a praticagem?

 

Sem dúvidas a disciplina de relação interpessoal é muito importante, mas além dela, para os alunos de Náutica, saber um pouco de tudo das disciplinas ministradas específicas no segundo e terceiro ano ajudam muito no dia a dia, pois a medida que a rotina vai acontecendo, você vai lembrando dos assuntos que foram ministrados na aula.

 

5 – Qual sua expectativa em relação a profissão e aos futuros embarques?

Eu posso dizer que gostei muito do que fiz e vivi nesses períodos embarcada, então busco realmente ser efetivada no mercado de trabalho e torço para que a Marinha Mercante cresça novamente e absorva a todos que assim como eu buscam seu espaço na profissão. Desejo muito sucesso a todos!

 

Jornal Canal 16, navegando com você!

TEXTO – AL. Matias

REVISÃO – Al. Agatha

 

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