CASO CONCORDIA

Ex-comandante do navio de cruzeiro ‘Costa Concordia’ foi condenado a 16 anos de prisão

Francesco Schettino foi acusado de ter ocasionado a colisão do navio, de ter abandonado a embarcação e pelo múltiplo homicídio culposo de seus passageiros.

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Em janeiro de 2012, 32 pessoas morreram quando o navio colidiu contra rochas próximo à ilha de Giglio, na região da Toscana, Itália.

Durante os dias em que se sucedeu o julgamento, o capitão da embarcação da época, Francesco Schettino, afirmou que a manobra de aproximar o navio da ilha foi apenas uma forma de “cumprimentar” a ilha. Era apenas uma maneira de impressionar passageiros e pessoas em terra.

Para tentar minimizar sua culpa, Schettino reforçou dizendo que tudo foi uma falha coletiva. Segundo ele, os outros oficiais no passadiço deveriam ter alertado acerca do perigo que se aproximava, mas tudo o que houve foi um silêncio geral.

Schettino ainda afirmou que, se ele tivesse dado a ordem de abandono, teria sido pior, pois colocaria a tripulação e os passageiros em um perigo maior. Apesar de todas as provas de sua negligência, ele insiste em dizer que sua ação, na verdade, salvou muitas vidas.

O primeiro local escolhido para que o julgamento se desenvolvesse, o tribunal de Grosseto, na Toscana, não foi grande o suficiente para as centenas de testemunhas e documentos, então, a sede foi movida para o Teatro Moderno, localizado na mesma cidade.

Nas ruas de Toscana, a certeza da condenação era dominante; até mesmo o advogado de Schettino deu a entender que se mostrava conformado com qualquer que fosse o veredito, pois agora a única saída era tentar minimizar a pena.

Dentre depoimentos e manifestos de associações de famílias das vítimas e sobreviventes, o julgamento causou uma sensação de tristeza, injustiça e inconformismo para quem assistia. Apesar da condenação, os erros foram tantos que, para os familiares, amigos e sobreviventes, 16 anos nunca poderão pagar 32 vidas que foram perdidas de forma tão evitável.

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Cronologia do “Caso Concordia”:

Janeiro de 2012: Costa Concordia colide contra rochas na região da Toscana, Itália.

Julho de 2013: O capitão da embarcação, Francesco Schettino vai a julgamento por múltiplo homicídio e abandono de navio.

Julho de 2013: Cinco membros da tripulação de Francesco são condenados a dois anos e 10 meses por homicídio.

Julho de 2014: Costa Concordia é desemborcado e levado ao porto.

Fevereiro de 2015: Schettino é condenado a 16 anos de prisão pela justiça italiana.

O caso Concordia na visão mercante:

É lamentável o fato de o comando de um navio do porte e da importância do Costa Concordia ter chegado às mãos de um homem como Schettino. A regra de o Comandante ser o último a sair da embarcação não é apenas mais uma linha no código de honra dos navegantes desde os tempos antigos, mas é regulamentado em Lei por alguns países, como é o caso da Itália. Além de deixar seu navio e não auxiliar os passageiros na manobra de abandono, Schettino foi visto tentando escapar em um bote salva-vidas no qual, segundo ele, tropeçou e caiu.

O comportamento de Schettino não é de surpreender, ao tomar-se conhecimento de alguns relatos feitos, após o acidente, por pessoas que o conheciam ou que tinham trabalhado com ele previamente. Segundo essas pessoas, Schettino era um indivíduo irritado, indisciplinado e de difícil convivência; não gostava de ser repreendido e sua palavra era inquestionável.

Levando em conta esses fatos e a forma como o acidente ocorreu, a condenação já era esperada: o múltiplo homicídio foi a pior consequência para o ato de irresponsabilidade e descaso do Capitão, o qual colocou sua tripulação toda em uma situação caótica de abandono e pânico em uma noite escura e fria do inverno italiano. Agora toda essa situação faz nos questionarmos: 16 anos realmente são suficientes para pagar por tudo isso?

Equipe da postagem:

Al. Bemerguy – Texto

Al. Gabriela – Revisão ortográfica

 

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Fontes:

Al. Bemerguy

Aluno do 3° ano do curso de Náutica e Diretor do Jornal Canal 16.

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