Cerimônia de Descerramento da Placa alusiva ao Centenário do Armistício da I Guerra Mundial
O comando do 4º Distrito Naval (4DN) realizou, na manhã dessa terça-feira (13) no pátio do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA) uma cerimônia de descerramento da placa alusiva ao centenário da assinatura do armistício da 1ª Guerra Mundial, que ocorreu na França, em 11 de novembro de 1918.
A cerimônia contou com a presença do Almirante de Esquadra Leonardo Puntel, diretor geral de navegação, do Vice-Almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, comandante do 4DN, do Capitão de Mar e Guerra Marcelo Baptista Santos, comandante do CIABA e do Corpo de Alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM).
Inicialmente os presentes assumiram posição respeitosa para canto do hino nacional, e em seguida foi executada a leitura da ordem do dia. Após a leitura, o Vice-Almirante Edervaldo acompanhou o Almirante de Esquadra Leonardo Puntel para realizar o descerramento da placa alusiva ao centenário do armistício da I Guerra Mundial
O Almirante de Esquadra Leonardo Puntel, na ocasião da palavra, relembrou os navios mercantes atacados na primeira guerra, frisou a importância da Marinha Mercante naquele momento, e também destacou o CIABA como precursor da formação daqueles profissionais. Após as palavras do Almirante, os alunos entoaram a canção da divisão naval em operações de guerra, finalizando assim o cerimonial.
Sobre o Armistício
O Armistício de Compiègne, foi um armistício assinado em 11 de novembro de 1918 entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial.
Participação da Marinha na I Guerra Mundial:
O Brasil que, a princípio, assumiu uma posição de neutralidade nos três primeiros anos de guerra, também foi impactado pelas ações da campanha submarina irrestrita do Império Alemão, que resultou no afundamento do Navio Mercante Paraná e, posteriormente, de mais três navios mercantes nacionais: o Tijucas, o Lapa e o Macau. Em resposta às agressões perpetradas contra a soberania nacional, o governo brasileiro reconheceu e proclamou o Estado de Guerra, em 26 de outubro de 1917, por meio do Decreto nº 3.361. Dentre os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro estavam a abertura dos nossos portos às unidades aliadas e a patrulha do Atlântico Sul com a sua Esquadra.
No ano seguinte, iniciou-se a articulação para o envio de uma Força Naval à Europa, o que foi oficializado pelo Aviso Ministerial nº 501, do então Ministro da Marinha, Almirante Alexandrino Faria de Alencar, criando, em 30 de janeiro de 1918, a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), composta pelos cruzadores Rio Grande do Sul e Bahia, pelos contratorpedeiros Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina, pelo tender Belmonte e pelo rebocador Laurindo Pitta, tendo estes dois últimos assumido grande importância logística, já que transportavam o carvão necessário para a operação da Divisão. Para o comando da DNOG era necessário um oficial que conjugasse prestígio e grande experiência profissional; para tal foi escolhido o Contra-Almirante Pedro Max Fernando de Frontin. A permanência da DNOG em um Teatro de Operações distante do País, associada à complexidade logística para superar as carências de sobressalentes e ao abastecimento de combustível, foram alguns dos desafios enfrentados e devem ser percebidos como um avanço operacional notável nas atividades desenvolvidas na época. Tais intempéries não impediram que a nossa Força Naval cumprisse com eficiência sua missão, tornando-se, até os dias atuais, exemplo de abnegação, dedicação e superação das mais variadas limitações.
Com o armistício de 11 de novembro de 1918, foi encerrada a participação brasileira no Teatro de Operações Europeu, onde cerca de 150 dos nossos militares pereceram no cumprimento do dever, motivo pelo qual exaltamos continuamente suas ações, principalmente na atualidade, quando práticas de boas condutas e de patriotismo nos parecem distantes. Devemos olhar para o passado, tendo a certeza de que tudo que foi feito foi bem executado e nos serve como exemplo a ser seguido.