Diário da POM Karen Sousa
1 – Fale um pouco de como foi a experiência de sua praticagem de maneira geral:
Karen Sousa, Belém/PA, praticante de máquinas e da turma de 2018 do Ciaba. Tempo de embarque: LPG-C Grajaú foram 190 dias, N/T Machado de Assis, no momento estou com 95 dias embarcada.
No primeiro navio gaseiro LPG-C Grajaú da Transpetro fiquei embarcada 190 dias. O primeiro dia de embarque foi bem tranquilo, fui apresentada à praça de máquinas e aos equipamentos.
O primeiro dia no segundo embarque, já no N/T Machado de Assis, foi uma surpresa, pelo tamanho da praça de máquinas, muito grande. Também fui apresentada aos equipamentos e sistemas, alguns deles novos para mim, pois não haviam no outro navio, e as manobras mais comuns no quarto de serviço.
O regime de embarque na praticagem foram 6 meses embarcada, 1 mês de folga e 6 meses embarcada.
O primeiro contato geralmente em ambos os embarques foi com a tripulação da praça de máquinas que tira serviço no mesmo horário que eu, das 7h às 16h, foram eles: moço de máquinas, marinheiro de máquinas, eletricista, mecânico e primeiro oficial de máquinas, o qual acompanho. Todos esses foram pessoas pacientes e respeitosas, visto que havia uma mulher no meio de trabalho.
A rotina a bordo começava as 06:15 para tomar café , das 7h as 11h praça de máquinas, as 11:30h almoço, voltava as 12h e ficava até às 16h na máquina . As 17:30 era a janta. As 19h academia e as 21h falar com os familiares e amigos.
2 – Conte-nos sobre a empresa e o(s) tipo(s) navio que embarcou. Foi possível desembarcar em algum porto?
A empresa que estou praticando é a Transpetro, meu primeiro embarque foi no gaseiro LPG-C Grajaú de 1987. As rotas eram Fortaleza, Suape e são Luís, mas não chegamos a ir para São Luís.
O segundo navio é o petroleiro N/T Machado de Assis de 2016. As rotas são geralmente o Porto em angra dos Reis para países como China, Portugal, Holanda, Chile, Noruega, entre outros.
Quanto a atividade de lazer havia uma academia, televisão nos salões onde a tripulação se reunia para assistir filmes, vídeo game, jogos e quadra de futebol (no Grajaú).
Quanto ao processo seletivo e exigências de contrato, não houveram, apenas recebi um e-mail da empresa oferecendo a vaga para praticagem.
O regime de embarque na praticagem foram 6 meses, folga de 1 mês e mais 6 meses.
3 – Precisou utilizar língua estrangeira? Quais foram as maiores dificuldades encontradas? E que atividade mais se identificou?
Precisei um pouco do inglês no segundo embarque, visto que o navio era novo e todo o sistema em inglês além dos manuais, momento dos abastecimentos em Singapura, quando acompanhei o chefe de máquinas e houve a necessidade de dialogo com o surveyor e também quando passamos por uma vetting na China.
As maiores dificuldades encontradas acredito que ainda seja a saudade de casa e de poder sair para a terra.
A atividade que mais me identifiquei foi com o serviço do 1om, visto que há mais manutenções dos equipamentos.
4 – Aos alunos da EFOMM, quais dicas você daria e quais matérias foram mais importantes no seu curso para a praticagem?
Dicas para os alunos da efomm: estudem inglês, visto que está cada dia sendo mais exigido no mercado.
As matérias mais importantes seriam máquinas, MCI, inglês e rit ( aprender a lidar com certas situações a bordo, visto que estamos em um ambiente confinado e com diversos tipos de pessoas)
Uma dica particular, não deixem de tentar, eu tentei 3 vezes, e quando eu menos achei que iria passar devido a prova ter sido mais difícil e a minha pontuação não tão boa quanto nos anos anteriores, foi quando eu consegui. Por isso, não desistam.
5 – Qual sua expectativa em relação a profissão e aos futuros embarques?
Minha expectativa quanto a profissão é segui-la por alguns anos somente, mas ainda em dúvida, talvez saia daqui uma chefe de máquinas kkk . Espero e torço para que o mercado melhore para que haja mais contratos e assim folgue o mercado.
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