Singela Homenagem aos alunos Bolivianos do CIABA

No dia 06 de agosto, último domingo, a Bolívia completou 192 anos de sua independência e, como o CIABA (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar) possui mercantes bolivianos formados e alunos em sua jornada de formação exemplar, nada melhor do que uma singela homenagem. Sendo como referência para jovens da América Latina que um dia almejam alcançar o posto de oficial mercante, o CIABA é uma das poucas instituições que não apenas possui infraestrutura e dedicação para esta árdua tarefa como também o incentivo do governo proporcionando o intercâmbio de alunos Bolivianos, Cabo Verdianos, Gaboneses, entre outros.

E a nossa mais singela homenagem é dedicada a nossa amiga, a aluna estrangeira Yesminia, oriunda da Bolívia. Ela palestrou na instituição, no dia 08 de agosto, terça-feira. Em palavras sucintas e claras, ela explicou tradições acerca de seu país, costumes, cultura e morfologia física. Estavam presentes, nesta ocasião, o comandante do CIABA, CMG Fábio Andrade, e o comandante e imediato do Corpo de Alunos, além da imediada aluna.

Essa proposição do centro é de grande relevância para os alunos de outras nacionalidades. Além de pretigiá-los nas datas comemorativas de seus países de origem, demonstra a importância no que tange a formação e bem-estar deles.

Após o término da explanação, o senhor ImCA proferiu algumas palavras de parabenização a aluna Yesminia, acompanhado pela aluna Yara, que complementou pontuando palavras de ânimos e agradecimento. Esse intercâmbio cultural promovido entre os países, sem dúvida, acrescenta muito na vida de todos nós. Podemos aproveitar as diferenças para nos aperfeiçoarmos na construção dos relacionamentos interpessoais, o que é de indubitável importância para vida mercante.

Depoimento da aluna Yesminia:

Minha vinda para o Brasil começou quando meu namorado, que já fazia a EFOMM, estrangeiro também, comentou que no ano seguinte, em 2015, poderia haver vagas para mulheres e perguntou se eu não haveria interesse. Disse que sim por impulso, mas não imaginaria que essa resposta faria uma mudança bastante significativa em meu destino. Os processos seletivos não foram fáceis, tive diversas dificuldades para conseguir conquistar minha vaga, desde as provas até a aceitação dos meus pais, que até então não sabiam de nada. Lembro-me bem da despedida do aeroporto, desconfiados, aflitos, choravam bastante ao meu deixar partir. Um lugar novo, país diferente do meu, com uma língua que apesar de ter a mesma origem no Latim, apresentou ser complexa nas suas compreensões. Porém nada disso foi capaz de me fazer desistir. Sabia que minha carreira estava prestes a começar no CIABA e foi para lá que meus sonhos se deslocaram.

A vida militar não é muito agradável a princípio para algumas pessoas, em outra nacionalidade então, torna-se pior. No começo, tive algumas dificuldades, como compreender as ordens e minha comunicação com as outras pessoas. Somaram-se a essas dificuldades, a morte de um amigo na EFOMM, também da Bolívia, Clavijo, poucos meses após o término da adaptação e do meu tio, Grover (Chumpi), no mesmo período. Não posso esquecer das disciplinas do curso. As aulas de Cálculo então, só muito estudo e várias noites em claro para enfim ser aprovada.

Representar meu país é uma grande honra, ser a primeira mulher boliviana mercante é melhor ainda. É uma felicidade imensa poder ser o motivo de orgulho dos meus pais. Todo o depósito de confiança, com certeza não foi em vão e, agora, prestes da formatura a ansiedade aumenta e não vejo o momento de se concretizar. Posso dizer que me sinto realizada e espero que encontre na vida mercante a alegria o suficiente para ser feliz.

 

 

 

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Al. Natália Belei

Aluna do CIABA, cursando o 3º ano de Máquinas. Vice-diretora do Jornal Canal 16. Tem ávido desejo de conhecer o mundo. Carioca que não gosta de dias nublados. Adora café e um bom livro/filme nas horas vagas. Se dedica quase que integralmente a atividades sem fins lucrativos. Gosta de correr, remar, jogar futebol e poderia passar horas falando de si mesmo na terceira pessoa do singular.

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