Últimas Homenagens ao Al. Clavijo

              Quase 20 dias após a perda inesperada do nosso irmão de arma, o sentimento ainda é forte entre os alunos e o comando que viveram todos esses dias em um misto de emoções, sob reflexões a que todos somos arremetidos quando lembramos do ocorrido. Durante esse período homenagens em lembrança a forte e digna memória deixada por ele foram prestadas:

Solenidade militar em honra a memória de Clavijo

           A EFOMM, comando e corpo de alunos, se reuniu na tarde do dia 13 de março para prestar uma “singela homenagem”, palavras do senhor Comandante do corpo de alunos, Capitão-de-Corveta Arthur, porém de significado profundo e tocante para seus campanhas de farda que presenciaram dias intensos de troca e união durante a adaptação e posterior inicio das aulas.

       Durante a solenidade foi destacado o empenho e o esforço bilateral dos países, Brasil e Bolívia, e o desempenhado por todos os envolvidos no envio do corpo a seu país de origem. O discurso do Capitão-de-Mar-e-Guerra Júlio César de Andrade Rocha, Comandante do CIABA, foi marcado por forte emoção ao descrever que essa estava sendo das situações mais tristes que já se deparara no curso de sua carreira, já no fim, após a lembrança da história de como foi criado o toque de silêncio, este foi executado.

               Em 1862, durante a Guerra Civil Americana, quando o Capitão do Exército da União Robert Elly (o país estava dividido entre a União e os Confederados) estava com seus homens perto de Harrison’s Landing, no Estado da Virginia, e o Exército Confederado estava próximo a eles, do outro lado do terreno. Durante a noite, o Capitão Elly escutou os gemidos de um soldado ferido no campo. Sem saber se este era da União ou da Confederação, o Capitão decidiu arriscar sua vida e trazê-lo para receber cuidados médicos. Arrastando-se através dos disparos, o capitão chegou ao homem ferido e começou a arrastá-lo até seu acampamento. Quando o Capitão chegou finalmente às suas próprias linhas, descobriu que em realidade era um soldado confederado. Mas ele já estava morto.

O Capitão acendeu sua lanterna para, mesmo na penumbra, ver o rosto do soldado. De repente, ficou sem fôlego e paralisado. Tratava-se de seu próprio filho. O menino estava estudando música no Sul quando a guerra se iniciou. Sem dizer nada a seu pai, o rapaz havia se alistado no exército confederado. Na manhã seguinte, com o coração destroçado, o pai pediu permissão a seus superiores para dar a seu filho um enterro com honras militares,apesar de ele ser um soldado inimigo. O Capitão pediu se poderia contar com os membros da banda de músicos para que tocassem no funeral de seu filho. Seu pedido foi parcialmente aprovado.

Por respeito ao pai, disseram-lhe que podiam fornecer um só músico. O Capitão então escolheu um corneteiro para que ele tocasse uma série de notas musicais que encontrou no bolso do uniforme do jovem falecido. Nasceu assim a melodia inesquecível.

 

 

Missa de 7° dia

               No dia 18 de março de 2015 aconteceu no CIABA a missa de 7° dia em solenidade ao falecido aluno Clavijo, a cerimônia contou com a presença do Capitão-de-Mar-e-Guerra Júlio César de Andrade Rocha, Comandante do CIABA; do Imediato do CIABA, Capitão-de-Mar-e-Guerra Medeiros; do Comandante do corpo de alunos, Capitão-de-Corveta Arthur; do Imediato do corpo de alunos, Capitão-Tenente Anderson; dos professores e funcionários do centro; e do corpo de alunos.

              Realizada pelo Capitão-Tenente Jailson, Capelão do CIABA, a missa teve a contribuição dos alunos Stefan e Dantas, do primeiro ano, e manteve seu foco na mensagem de que não estamos preparados para a perda de um amigo, mas que mesmo em meio a tamanha dificuldade somos resilientes e conseguimos reunir forças, forças provenientes do companheirismo estabelecido e da esperança de haver um lugar melhor que está reservado para todos nós.

Equipe da postagem:

Al. Laissa – Texto

Al. Laissa

Aluna do 3° ano da EFOMM, do curso de Náutica e colaboradora do Jornal Canal 16.

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