Mundo Naval #3: Navios Ro-Ro

[cml_media_alt id='18507']Maior navio RoRo do mundo.[/cml_media_alt]

Maior navio RoRo (PCC/PCTC) do mundo.

Navios Ro-Ro

Traduzindo ao pé da letra, Roll-On/Roll-Off significa “Rolar para dentro/Rolar para fora”. A principal característica desse tipo de embarcação é o transporte de cargas que se movem por meio de rodas. Ele é mais conhecido como navio Ro-Ro, um acrônimo da palavra Roll-On/Roll-Off. Ele é primo de um navio já apresentado aqui no Jornal, o conteineiro. Muita gente não sabe, mas, os conteineiros fazem parte de uma categoria de navio chamada Lo-Lo, um acrônimo para Lift-On/Lift-Off, que significa que as cargas (contêineres) entram e saem verticalmente da embarcação. Existem diversos tipos de embarcações Ro-Ro, tais como ferry boats, navios cargueiros e balsas. Ao longo da matéria explicaremos o que são e como se deu a evolução de cada uma dessas embarcações.

Os Ro-Ro foram utilizados pela primeira vez na Escócia, no transporte de trens. Alguns automóveis já eram transportados em navios de carga geral, mas era um processo lento e complicado, deveria-se esvaziar os tanques de combustível, retirar as baterias, amarrar bem o automóvel e, ainda assim, ele estava sujeito a ser danificado. Algum tempo se passou e em 1849 o primeiro Ro-Ro moderno foi construído, o Leviathan. Sua construção foi devido a necessidade de se cruzar o o estuário do Rio Forth, que mede aproximadamente 5 quilômetros e como na época a tecnologia de pontes não era muito desenvolvida, a solução encontrada foi a de adequar um ferry boat para transportar trens.

[cml_media_alt id='18521']Thomas Bouch[/cml_media_alt]

Thomas Bouch

A empresa East Coast Main Line (ainda em atuação na Escócia), contratou o engenheiro Thomas Bouch e lhe deu a missão de construir um eficiente mecanismo Roll-On/Roll-Off que maximizasse a eficiência do sistema de travessia do estuário do Rio Forth. Como o problema era atravessar os trens de um lado para outro do rio, Thomas teve a brilhante ideia de instalar trilhos de trem nos ferry boats. Desse modo, as embarcações atracavam em uma extremidade da linha férrea, os trens “rolavam” para dentro delas e, na outra margem do rio “rolavam” para fora, como se a embarcação fosse um trilho flutuante. Salve a engenharia!

Boa parte do desenvolvimento dessas embarcações ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial. Eram evidentes suas vantagens na logística da guerra, os trens com armamentos e suprimentos eram desembarcados com muito mais rapidez que os navios convencionais. Uma análise realizada na época mostrou que para transportar 1.000 toneladas de material de guerra, da zona de produção até os campos de batalha, em navios convencionais envolvia cerca de 1.500 trabalhadores, enquanto utilizando os Ro-Ro esse número caía para cerca de 100 trabalhadores. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram criados os primeiros Ro-Ro com capacidade para receber cargas rolantes sem necessidade de trilhos. Pôde-se assim, embarcar tanques, automóveis e caminhões através de portas na proa e de rampa na popa.

[cml_media_alt id='18524']Ilustração da "Ferrovia Flutuante"[/cml_media_alt]

Ilustração da “Ferrovia Flutuante” de Thomas Bouch

Nos dias atuais, principalmente na Europa e no mediterrâneo, são muito usados os ferry boats. Os ferries são embarcações destinadas à levar não somente cargas rolantes como passageiros. Porém, a diferença é que, nos ferries, geralmente as cargas rolantes são  dos passageiros que estão na própria embarcação. Para que não haja confusão, os navios que transportam carros e caminhões através dos oceanos são conhecidos como “Pure Car Carriers (PCC)” e “Pure Truck & Car Carriers (PCTC) respectivamente. Outra peculiaridade deste tipo de embarcação é a unidade de medida usada para o carregamento, o LANE METER. Essa unidade é calculada quando multiplica-se o comprimento da carga (em metros) pelo número de conveses e por sua largura em LANE METER.

Tipos de RoRo

Como dito anteriormente, os RoRo possuem diferentes tipos de navios, vejamos alguns deles abaixo:

Pure Car Carrier ou Pure Car & Truck Carrier – Destinados a transportar carros e caminhões novos em grandes viagens pelos oceanos. O MV Tønsberg detém o título de maior PCTC operando. Possui 268 metros de comprimento e pode levar mais de 8000 carros de uma só vez.

[cml_media_alt id='18516']MV Tonsberg[/cml_media_alt]

Passenger Ferry – Destinado ao transporte de passageiros e automóveis em geral, porém, passageiro e automóvel ficam separados até a embarcação chegar ao porto de destino. O maior navio desse tipo é o MS Color Magic, tem 224 metros de comprimento, pode levar até 2700 passageiros e 550 carros.

[cml_media_alt id='18513']MS Color Magic[/cml_media_alt]


Balsa – Transporte de passageiros e automóveis no convés principal.

Até mais pessoal! Por essa semana é só!

Equipe da postagem:

Al. Calado – Texto

Al. Gabriela – Revisão ortográfica

Al. Calado

Aluno do 3º Ano do Curso de Náutica

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